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“O desafio é sempre fazer melhor e se superar”

Foi por influência do pai, o professor Quirino, que José Armando Quirino descobriu a vocação para a Engenharia Civil. Depois de algumas tentativas de ser aprovado no vestibular para Medicina, ele seguiu o conselho do pai e fez teste vocacional, o que, para sua surpresa, indicou o curso de Engenharia Civil. Nunca havia passado pela cabeça de Zeca Quirino, como é conhecido, trocar Curitiba – a cidade natal – por Maringá, para onde se mudou após ser aprovado na Universidade Estadual de Maringá (UEM), em 1976. Na sala de aula, conheceu suas duas paixões: Marcela, a esposa há 44 anos, e a Engenharia. Anos depois, em 1989, casados, os dois fundaram a Catamarã Engenharia.  À frente da construtora, Quirino se notabilizou pela criatividade e inovação de empreendimentos como o Planetarium Tower, Cenarium Residence I e II, Luminum Residence e o Zetta Residence – este último prestes a ser concluído. Inquieto, o engenheiro promete superar suas criações como o recém-lançado Duo Living Complex. “Nossos focos são a evolução e o aprendizado constantes, de forma que o próximo empreendimento seja sempre o melhor, até que possamos nos superar novamente”, diz.   Na empreitada, além da esposa, o empresário tem a companhia dos filhos Rodrigo e Marcelo, também engenheiros e sócios da Catamarã. Além deles, Zeca é pai de Bruno e Eduardo, ambos médicos, cirurgião plástico e urologista, respectivamente. Tem quatro noras e nove netos. “Sou apaixonado pela minha família”.  Pela trajetória, Zeca Quirino, que é vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no noroeste do Paraná (Sinduscon/PR-Noroeste), receberá o prêmio Empresário do Ano, entregue pela ACIM, Apras, Fiep e Sivamar a pessoas que se destacam no ramo empresarial. A cerimônia será em 29 de setembro. Confira a trajetória dele: Como surgiu a Catamarã? Quando terminei a faculdade, já casado e com nosso primeiro filho, fui para Santa Catarina trabalhar em uma construtora e lá executei a Caixa Econômica de Curitibanos, casas populares em Campos Novos e grande residencial em Blumenau, mas veio a crise e parou o setor. Voltamos para Maringá e fui trabalhar na Metro Engenharia. Trabalhei um ano e meio com rede de água e esgoto e depois fui chamado pela Construtora Design para concluir o Greenville, que era o prédio mais alto do Paraná à época, entregue em setembro de 1989. No dia 14 daquele mês, eu e a Marcela fundamos a Catamarã. Ela era chefe da Divisão de Cadastro da prefeitura e tinha um salário fixo para garantir essa nova viagem. O começo não é fácil, mas desde o início nunca priorizamos o retorno financeiro, isso é consequência. Priorizamos fazer diferente, imprimindo profissionalismo e autenticidade. Começamos com obras para terceiros e públicas. Em 2006, fizemos a primeira incorporação com o Planetarium Tower. Colocamos uma placa enorme em frente informando quantas semanas faltavam para entregar a obra, algo nunca feito na cidade. Na época as lojas de tinta e materiais de construção usavam os tapumes dos edifícios como outdoor do local. Pensei: se é bom para eles, deve ser bom para nós. Então fizemos um tapume onde pintamos o skyline da cidade e enchemos de outdoor com imagens de todas as áreas comuns do empreendimento. Também fizemos o primeiro plantão de vendas da cidade: as pessoas passavam na rua e pelo vidro viam o andamento dos serviços. Quando estávamos para entregar o edifício, chegou em Maringá o primeiro grande player nacional de incorporação. À época, na cidade apenas 10% do mercado de edifícios eram por incorporação (preço fechado). Nossas obras sempre tiveram hora e dia para serem entregues. Este compromisso se tornou diferencial e marca da Catamarã.   Como avalia a concorrência das construtoras?  Quando os primeiros players nacionais chegaram, todo mundo ficou assustado. Porém, para nós, foi um presente. Concorrer com incorporadoras, com qualidade, procedimentos técnicos, preço determinado e prazo estabelecido em contrato - tudo o que já fazíamos - era uma disputa de iguais. Além disto, a chegada destes players inverteu a relação: as obras de preço fechado passaram a representar 80%, enquanto as de preço de custo, 20%. Como não trabalhamos com escala, mas com produtos únicos, não sentimos a concorrência. Tanto que fomos reconhecidos pela gestão, responsabilidade socioambiental e qualidade por meio do Prêmio Sinduscon/PR-Noroeste na categoria Incorporação. Somos a única empresa pentacampeã.  A Catamarã sempre foi uma empresa familiar ou chegou a ter sócios?  Não trabalhamos com investidores. Eu e a Marcela começamos o negócio e cada filho que se formou em Engenharia ganhou um percentual da empresa. Como somos transparentes, tudo foi conversado numa reunião com toda família e formalizado.   Como é manter uma empresa familiar competitiva? Na Catamarã exercemos a meritocracia. Meus filhos são sucessores, e dão o melhor para a empresa, enquanto os herdeiros tiram o melhor da empresa para si. Sou amoroso com os filhos, porém, exigente. Meu filho Rodrigo diz que o mandei embora no início, mas, na verdade, sugeri que ele fizesse um curso em São Paulo porque ainda não tinha o envolvimento necessário. Deu certo. Já o Marcelo se formou muito novo. Eu pensei: poxa, como será? É o filho caçula do patrão, responsável pela execução de um grande empreendimento com mais de cem metros de altura e quase 18 mil metros quadrados, apesar da supervisão do irmão, ou talvez por isto, não vai ser respeitado. Mas ele começou a conquistar o respeito quando desceu em todos os tubulões da fundação. Todos entenderam a importância da base, não só na edificação como na vida. Quando a obra do Luminum Residence começou, o Marcelo era o engenheiro residente. Porém, vi que era hora de analisar os perfis de ambos para definir a próxima etapa da empresa, aproveitamento o potencial, talentos e dons de cada um. O Rodrigo, pelo conhecimento profundo de obra, foi promovido a diretor de Engenharia, e o Marcelo, pela criatividade e comunicação, foi promovido a diretor de Marketing e Vendas. Uma frase que ajudou muito este processo foi eu ter entendido que “debaixo de árvore frondosa não cresce nem grama”. Por isso, comecei a me podar, deixando a luz do sol passar para que eles crescessem.    Já pensa ou iniciou a sucessão da empresa? Nossa sucessão é tão natural que as pessoas se perguntam: qual empresa de consultoria vocês contrataram? Não contratamos ninguém. A gestão da Catamarã é participativa autocrática; ouço todo mundo e depois digo: é por aqui que vamos. Faço a seguinte analogia: o pai que nunca ensinou o filho a andar de bicicleta, dá bicicleta importada de 20 marchas, e diz: agora pode andar, sem o ter ensinado. Desde o começo dei a cada filho uma bicicletinha com rodinhas, ensinei-os a pedalar e disse: o pai está aqui, vão pedalando. Gradativamente fui tirando as rodinhas e continuei correndo ao lado deles. Eles se sentiram seguros e começaram a correr com a bicicleta.   Como é ver dois dos quatro filhos seguindo seus passos na carreira? A Marcela e eu somos engenheiros, ela mais que eu, porque entramos na mesma turma e ela se formou em quatro anos e meio, e eu, em cinco. É um grande prazer e honra ter filhos engenheiros para dar continuidade ao legado da empresa. Lembra que meu pai pediu para eu fazer o teste vocacional? Fizemos o mesmo com os meninos, pois acredito que só tem um jeito de se dar bem na vida: é fazer o que gosta. É bom saber que os meninos vieram para Engenharia porque gostam, e os que foram para Medicina também. Estamos com a missão cumprida, se hoje resolvêssemos parar, a empresa continuaria. Porém, tenho muita lenha para queimar, por enquanto sou o mais criativo e ousado, pela paixão pelo que fazemos e principalmente pela minha fé. Se você perguntar a qualquer filho qual a maior herança que deixaremos, eles dirão só duas letrinhas: fé.    Entre as edificações que construiu, tem uma especial?  Somos apaixonados por nossa Maringá, que tem como ícone da arquitetura a Catedral Metropolitana, linda nos seus 360 graus. Sempre objetivamos construir edifícios que embelezem a cidade. Participamos de cada detalhe: a escolha do terreno, nome do edifício e arquitetura dos interiores, pois precisa ter o DNA da Catamarã. Construímos lares com respeito para com a cidade e nossos clientes, pois lá eles viverão os momentos mais felizes e também os mais tristes.  Hoje nosso “xodó” é o DUO Living Complex, mais um ícone para Maringá, com o qual subimos a régua dos imóveis da região.    Entre tantos compromissos, ainda encontra espaço para trabalho social? A fé sem obras é vazia. Há 24 anos eu e a Marcela estávamos num acampamento da igreja, e o monitor de uma fazenda de recuperação de dependentes químicos em Franca nos questionou o que faríamos com essas pessoas da nossa cidade. Aquilo tocou nosso coração, apesar de não termos problemas com drogas na família, mas tive amigos de faculdade que morreram por conta disso. Então nos unimos a um grupo e fundamos a Marev - Maringá Apoiando a Recuperação de Vidas. O tratamento de nove meses está fundamentado em três pilares: oração, disciplina e trabalho, tendo atendido centenas de pessoas. Fui presidente da entidade por oito anos e estive à frente da administração. A Marcela atuou na formação dessas pessoas, em encontros semanais, por 16 anos. Hoje colaboramos de forma diferente. Sou aquele cara que quando aperta, eles procuram, sou uma espécie de padrinho. Até hoje encontramos pessoas que passaram por lá e agradecem, dizendo: minha nova vida é uma vida por causa do trabalho de vocês.    Consegue conciliar a vida pessoal com a profissional?  A partir dos 60 anos você tem decisões mais assertivas e rápidas. Na Catamarã sou mais um conselheiro/consultor do que gestor, porém estou de olho em tudo. Delegar não é entregar, é corrigir a rota quando necessário. Tenho quatro filhos, quatro noras e nove netos. Meus filhos se admiram e se amam. Eu e a Marcela fizemos a nossa parte, porém sem a presença de Deus, seria impossível. E ainda sobra tempo para o golfe, mais uma paixão.    Qual a sensação de ter sido eleito Empresário do Ano? É uma honra entrar para um grupo tão seleto de nomes que tanto fizeram por Maringá, sendo o 23º Empresário do Ano. É um orgulho para o time Catamarã: família, colaboradores e fornecedores. Na palavra de Deus está escrito: “Confie seus planos ao Senhor e teus negócios terão bom êxito”. Estou sendo homenageado não pela família ou pela empresa, mas por algo muito maior, a fé, que sempre nos capacita.

Terminal Shopping inaugura com proposta de preços acessíveis

Após quatro anos de projeto e obra, o Terminal Shopping foi inaugurado em julho, na região central de Maringá, próximo ao Terminal Urbano. Lá há lojas de alimentação e de comércios variados, como utilidades domésticas, vestuário, calçados, pesca, consórcios e chaveiro. Com quase cinco mil metros quadrados de área construída, o empreendimento tem estacionamento no subsolo, piso térreo com 53 lojas e praça de alimentação, com opções de comida caseira, hambúrguer, esfiha, pizza, café e sobremesa. A superintendente do Terminal Shopping, Jordana Florencio Silveira, conta que a proposta é democratizar o consumo. “O shopping tem infraestrutura de público A, mas com lojas de preço acessível”, explica. “Nosso objetivo é oferecer tudo que o cliente precisa por um preço que cabe no bolso”, completa.    Mais lojas e espaço kids De acordo com a superintendente, 60% das salas estão locadas e as demais devem ser inauguradas nos próximos meses. A inauguração foi gradual para que fossem feitos os ajustes para receber o público. Jordana adianta que o retorno dos lojistas tem sido positivo, devido ao bom fluxo de consumidores. Em setembro o shopping vai inaugurar um espaço kids, que ficará na praça de alimentação. Com 80 vagas de estacionamento em dois subsolos, a hora custa R$ 5. As inaugurações podem ser conferidas na rede social do shopping: @terminalshoppingmga

Muito mais do que uma embalagem

Antes do primeiro gole, a Cervejaria Walrus, de Curitiba, conquista os apreciadores de cerveja artesanal pela aparência. Coloridas e bem-humoradas, as latas são uma criação da Box Ideias e renderam à agência maringaense um merecido lugar na Short List Brasil Design Awards 2022, premiação do design brasileiro.  Além das latas premiadas, o time de profissionais de design da Box Ideias – que conta com quatro colaboradores – assina as embalagens da Smart Fit Supps, linha de produtos da rede de academias Smart Fit.  “O design da embalagem desempenha papel fundamental no marketing, pois é responsável por atrair a atenção do consumidor, comunicar os valores da marca, diferenciar o produto dos concorrentes, transmitir informações, criar uma experiência visual e influenciar a decisão de compra”, pontua o CEO & CBO da Box Ideias, Raphael Oliveira. O processo de criação é complexo e começa com a pesquisa e a análise de mercado e do público-alvo. A definição dos objetivos antecede a etapa de criação do design e o desenvolvimento do layout da embalagem. Depois é feita a prototipagem e testes. E neste momento a tecnologia é aliada, oferecendo ferramentas e recursos de realidade aumentada e rastreamento de dados, por exemplo, que permitem ao designer explorar possibilidades, criar protótipos virtuais, melhorar a eficiência e a precisão do trabalho, bem como oferecer experiências interativas aos consumidores. Por fim, antes da produção e implementação, as embalagens passam por ajustes. “O processo pode levar semanas ou meses, dependendo da complexidade do projeto, dos requisitos do cliente e dos recursos disponíveis”, explica Oliveira.   Outra preocupação é a escolha da matéria-prima. Nesta etapa, é preciso considerar a segurança do produto, a compatibilidade com o conteúdo, a viabilidade de produção e a sustentabilidade.  A bandeira da sustentabilidade, aliás, tem ganhado força. “Os consumidores estão buscando produtos com embalagens de materiais recicláveis ou biodegradáveis”, diz o CEO. Além disso, a preocupação com a igualdade e a acessibilidade tem aberto caminho para embalagens inclusivas. “Uma embalagem pode transmitir uma imagem de qualidade, confiança, inovação e preocupação com o usuário. Além disso, se for funcional e intuitiva, pode melhorar a experiência do usuário, facilitando o manuseio, armazenamento e uso do produto”, pontua.   Atraentes e funcionais Elevados ao papel de protagonistas na proteção à saúde durante a pandemia, os produtos de limpeza e higiene dispararam em vendas. Dados do Sebrae apontam que o setor tem expectativa de alta de 2% neste ano na comparação com 2022. Com o cenário promissor, novas marcas pegaram carona na tendência. Outras, tradicionais, ampliaram seus portfólios. Destacar-se em meio à miríade de opções nas gôndolas dos supermercados é tarefa árdua e ressignificou a importância das embalagens no setor. “O consumidor tem pouco tempo para escolher o produto, consequentemente temos pouco tempo para conquistá-lo. Então temos que deixar claro, de fácil e rápido entendimento o que é o produto, suas funções e os detalhes de como facilitar a vida do consumidor, seja por um diferencial ou facilidade da embalagem”, pontua o gerente de Marketing do Grupo Crivialli, Giovanni Brescansin Cantagalli. O aspecto visual é crucial para as vendas, devido ao apego da maioria dos consumidores à aparência, mas precisa ir além. Para Cantagalli, também é preciso conquistar o consumidor em casa, garantindo qualidade e facilidade na hora do uso do produto.  “Consideramos as percepções do mercado e, principalmente, o que o consumidor está preferindo, bem como seus hábitos de consumo. E a partir dessas informações pensamos, por exemplo, o volume ideal do frasco, tipo de material, formato da tampa, até a alça ou tipo de pega. São detalhes que importam”. Felizmente, segundo ele, a tecnologia contribuiu, oferecendo opções de materiais e formas de projeção assegurando qualidade. Também houve avanços na questão ambiental, favorecendo o reaproveitamento e a reciclagem. De olho nos benefícios ecológicos, a Crivialli prioriza embalagens leves e de materiais reciclados, que favoreçam a economia circular. “Este é um movimento de mercado que está melhorando lentamente, mas ainda temos muito a evoluir no que diz respeito à sustentabilidade das embalagens. O que falta é uma evolução cultural por parte dos consumidores em priorizar produtos ecologicamente corretos”.  Além disso, o design precisa atender a critérios técnicos e de segurança condizentes à linha de produção, ao produto e à logística, principalmente no caso de empresas como a Crivialli que vendem para todo o Brasil. “Os produtos não podem sofrer avarias no transporte, por isso tanto os frascos quanto as caixas passam por essa análise de design, onde o formato e o tipo de material são importantes. Usamos também embalagens secundárias, que o consumidor não vê, mas que são projetadas para cada tipo de produto com intuito de aumentar a segurança na logística”, diz o gerente. Não menos importante é o custo, embora a Crivialli não trabalhe com um percentual definido. “O desafio é produzir uma embalagem bonita, com o melhor custo/benefício, compatível com as exigências de qualidade e o mais sustentável”, finaliza.      Bem embaladas e protegidas No caso da Toli Distribuidora de Autopeças, que está no mercado há 39 anos e tem dez unidades espalhadas pelo Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul, a principal preocupação é com a incolumidade dos produtos.  Para garantir que as peças cheguem intactas aos clientes, o processo de empacotamento segue normas de qualidade da certificação IS0 9001, que a empresa detém desde 2012.  “Da mesma forma que não abrimos mão de embalagens intactas e adequadas, nossos clientes precisam receber seus produtos com as embalagens corretas e seguras”, afirma o coordenador de Logística, Everton Sunelaitis Bezerra.  Quando a mercadoria chega à distribuidora, é feita a segregação dos itens e verificado o estado dos produtos e das embalagens primárias dos fabricantes. Na hora de acomodar os itens nas prateleiras, há um limite máximo que é rigorosamente respeitado para evitar danos e avarias. “Usamos uma forma de organização chamada dun. Se as vendas do item costumam ser de 50 peças, por exemplo, montamos uma caixa de 50 unidades para que o operador separe a caixa fechada, ganhando agilidade no processo e melhor acomodação do produto”, exemplifica Bezerra. Depois de concluída a venda, as mercadorias são empacotadas em caixas de papelão, que podem ser seminovas, usadas ou reaproveitadas. Todas passam por processo de limpeza, que inclui a retirada de eventuais etiquetas, e avaliação para garantir que estejam em condições de transportar o produto em segurança. “No check-out, o operador logístico verifica a caixa adequada ao tamanho para evitar desperdício e enchimento”, explica o coordenador.  O cuidado é o mesmo na hora de organizar internamente as caixas. Lâminas de papelão são usadas para fechar e rebaixar, se necessário. Peso e volume são observados no momento de empilhar.  Os espaços vazios são preenchidos com plástico bolha, no caso de produtos frágeis. Alguns itens, devido ao formato, são embalados com filme strecth. Se o pedido tiver cubagem maior, usam-se pallets.  Uma máquina de airpack, que produz almofadas de ar, ajuda no processo. A empresa também promove treinamentos rotineiramente com a equipe de colaboradores.  Por fim, a caixa é lacrada com fitas personalizadas e antifurtos e etiquetada, informando o transportador se o volume é frágil.   “Costumo dizer que o cartão de visita da área da logística é o volume bem-feito e seguro. Na venda o cliente tem o contato direto com o vendedor. Na logística o primeiro contato é com o volume”, diz o coordenador. Além de causar boa impressão, a embalagem correta reduz custos e perdas. “Um pacote mal feito, sem os produtos bem-acomodados, pode chegar danificado ao destino, gerando prejuízo e, principalmente, insatisfação do cliente. É justamente para evitar estes tipos de situações que a empresa investe em treinamentos e processos”, pontua.    Ajuda especializada Potencializar a performance de empresas por meio da otimização das embalagens pode ser mais fácil com a ajuda especializada, como a da equipe da Forma Futura Design. O escritório de inteligência e estratégia oferece projetos personalizados à realidade e necessidade de cada cliente.   “Estudamos os formatos e tipos de embalagens e avaliamos as singularidades antes de chegar à embalagem ideal. Também negociamos com fornecedores os contratos e fixamos preço/ano”, explica o diretor da Forma Futura Design, Wiliam Lopes de Oliveira. Outro ponto importante é analisar o processo fabril para descobrir se as perdas ocorrem por manuseio humano incorreto ou descarte de processo. Já a escolha do material, segundo Oliveira, depende de uma série de fatores, como o tipo de produto a ser embalado, o nível de proteção, como será estocado e transportado e o nível de inovação pretendido.  “É feito um questionário e para entender a política da empresa e se há compromisso com a responsabilidade socioambiental em relação às embalagens para aí definir a matéria-prima”, explica.  Esta, aliás, é uma decisão de impacto nos custos. Se a empresa opta por embalagens recicláveis ou sustentáveis, o custo pode ser alto no início, mas com o decorrer do tempo diminui, principalmente se associado a programas de reciclagem e logística reversa. Inovação e exclusividade exigem investimento maior, assim como os processos de empacotamento automatizados. Um design de embalagens eficiente pode significar economia também em termos logísticos e garantir a durabilidade dos produtos. “Ela protege o produto durante o transporte e armazenamento, reduz perdas e avarias, facilita o manuseio, permite a codificação para venda e rastreamento dos produtos”, cita.  Outra razão para investir é o poder das embalagens de atrair os consumidores. “Embalagem é o cartão de visita e uma compra muitas vezes é feita por impulso. O consumidor pega o produto, se não conhece, cria curiosidade, isso representa 50% de uma venda, dependendo do segmento do produto, preço e necessidade”, ensina o diretor. Ele, entretanto, explica que para cumprir esta função, as informações precisam ser claras, indicando a finalidade do produto, modo de preparo ou uso, entre outros. “Precisa sempre criar conexão com o consumidor”, diz. Para aumentar o engajamento, Oliveira ainda sugere conectar a embalagem à web por meio de QR Code e investir em inovação como estratégia de diferenciação e vantagem no ponto de venda.  

Cultura organizacional na prática e alinhada à sustentabilidade

Nos últimos anos, o comprometimento com clientes, funcionários e outros públicos ganhou novos contornos, muito além da concepção de produto, serviço ou estratégia de comunicação e venda. Ao voltar o olhar para o cuidado com as pessoas – e com o meio ambiente -, as empresas assumem o propósito de melhorar o mundo.   “Cultura organizacional refere-se ao conjunto de valores, crenças, normas, comportamentos, tradições e práticas compartilhadas por membros de uma organização. Ela molda a maneira como os indivíduos interagem em uma corporação, com os clientes, com os objetivos da empresa e com o ambiente externo. Afeta todos os aspectos do negócio e desempenha papel fundamental na determinação do sucesso e da longevidade da organização”, explica o diretor acadêmico Presencial/EaD do Centro Universitário Cidade Verde (Unicv), Alex Alves. Mas a cultura de uma organização não surge do dia para a noite. Para que não se torne apenas um conceito vago, os propósitos e valores devem ser materializados em todos os níveis e presentes na agenda diária de líderes e colaboradores. Aos líderes, segundo Alves, cabem dar exemplo e comunicar consistentemente os valores e a cultura da empresa, além de tomarem decisões em conformidade com estes propósitos. Já os colaboradores precisam adotar e viver os valores em seu comportamento diário e em interações com colegas, clientes e parceiros, contribuir com ideias e buscar o desenvolvimento pessoal alinhado à cultura organizacional e à função. Neste processo, quem ocupa posição estratégica é o setor de Recursos Humanos, que atua como facilitador e promotor da cultura. “É nesse departamento que deve ‘pesar’ o papel de guardião e ratificar, sempre que necessário, o que está estabelecido nos manuais e definido com os superiores”, ressalta. Além de manuais, treinamentos e incentivos são fundamentais para garantir que os valores e comportamentos sejam internalizados pelos funcionários e estejam presentes no dia a dia. “Cabe ressaltar que as boas práticas precisam ser reconhecidas e exaltadas, uma vez que isso reforça que todos estão no caminho estabelecido”, diz. Se houver mudanças na cultura, é função também do RH nivelar e comunicar as novas regras, inclusive àqueles que estão chegando na empresa. Já no recrutamento os valores devem ficar claros e deve-se observar se o candidato tem perfil alinhado à cultura. Aliás, a cultura organizacional deve ser revisitada, pois, segundo o diretor, não se pode esquecer aonde se quer chegar e como a empresa quer ser vista. Para isso, esse processo deve ser constantemente “repetido/reafirmado”. “Para inserir ou estruturar uma cultura organizacional, é preciso envolver os gestores para definir valores e plano de comunicação. Lembrando que a liderança deve ser o exemplo dos valores”, ensina o diretor. O próximo passo é envolver a comunidade interna e criar manuais, uma vez que sem um repositório de regimentos e normas escritas, as visões e processos podem ser esquecidos. Depois vem a parte dos treinamentos, avaliações, ajustes e integração. “Leva tempo para que a cultura seja totalmente incorporada em todos os aspectos da empresa. A consistência, a autenticidade e o compromisso são fundamentais para o sucesso”, finaliza.    Compromisso assumido Em setembro de 2015, os 193 países-membros da Organização das Nações Unidas assinaram o documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. No documento estão os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) e suas 169 metas para erradicar a pobreza e promover vida digna. Entre as empresas maringaenses que assumiram o compromisso de realizar ações alinhadas aos objetivos sustentáveis está o escritório Sleder, Marcussu & Advogados Associados, que atua em vários ramos do Direito há 21 anos. “Tudo começou com a criação de seis comissões internas que abrangem responsabilidade social, ambiental, gestão de talentos, comissão da mulher, podcast e desenvolvimento de conhecimento em uma iniciativa idealizada pelos fundadores Rosângela e Neldemar Sleder”, explica a advogada associada, Andressa Borges da Silva. Depois, vieram as ações práticas que envolveram a equipe, atualmente formada por 42 colaboradores, sendo 20 advogados. No âmbito social, o destaque fica por conta do bazar realizado com roupas doadas pelos próprios colaboradores. “Com os valores arrecadados no bazar, compramos brinquedos para crianças. Já as roupas não reutilizadas são doadas a instituições locais”, conta. Em contribuição à preservação do meio ambiente, o escritório reaproveita a água do ar-condicionado para regar as plantas. Também foram instaladas placas solares no imóvel e a frota de veículos é exclusivamente abastecida com álcool. “Essas ações resultaram numa conscientização dos colaboradores sobre o uso dos recursos naturais, a necessidade do cuidado com o meio ambiente e cuidado com o bem-estar”, explica a advogada, acrescentando que, ao aderir às práticas sustentáveis, o escritório influenciou também os familiares dos colaboradores.  A nova cultura organizacional, com o suporte de uma consultoria, garantiu a certificação Selo ODS, do Instituto ACIM. Na primeira participação, em 2021, a Sleder, Marcussu & Advogados Associados recebeu o selo prata. No ano passado, veio o ouro. “O selo é importante porque permite que clientes com os mesmos propósitos sustentáveis nos reconheçam e fechem contratos. Também buscamos a certificação para motivar e aperfeiçoar as práticas do escritório, bem como para validar as atividades sociais e sustentáveis”, explica Andressa.   Certificação prata Quem também ostenta o Selo ODS é a Exclusiva Terceirizações e Temporários, fundada em 1989 para prestar serviços terceirizados e temporários em território nacional. Depois de dois anos consecutivos de selo prata, a meta é alcançar o ouro, diz a coordenadora de Recursos Humanos (RH), Fernanda Pereira Inhoque. A empresa possuía projetos de impacto social e ambiental alinhados às metas de ODS. Mas precisou ir além. Até porque, ao contrário do que acontecia há alguns anos, quando a preocupação das corporações era apenas aumentar a produtividade e os lucros, hoje há um consenso de que é importante proporcionar um ambiente favorável para o colaborador, a fim de elevar o clima de confiança, o respeito e, claro, alavancar os resultados das corporações. “Para obter o selo prata, a empresa precisa atender a no mínimo oito objetivos do desenvolvimento sustentável. A Exclusiva conquistou o selo atendendo a 13 objetivos, o que reflete o compromisso com ações de impacto social e ambiental, podendo, também, levar a uma vantagem competitiva sustentável e influenciar a seleção de fornecedores e parceiros de negócios”, pontua Fernanda. Assim, por meio de treinamentos e mentorias, a equipe adequou as ações e criou projetos, com o envolvimento dos colaboradores. “Isso aumentou o sentimento de pertencimento à empresa e ao propósito”, diz.  A empresa passou a fazer a separação do lixo orgânico e reciclável, bem como um trabalho de conscientização com os quase 300 colaboradores sobre a importância do descarte correto. Outra mudança foi a implementação de nova política de cargos e salários que trouxe equidade e transparência. Os critérios para determinar os salários e as promoções foram definidos, eliminando possíveis disparidades e favorecendo a justiça.  A Exclusiva realiza, ainda, campanha anual de apoio aos vulneráveis, por meio da arrecadação de doações dos colaboradores. “Esta iniciativa suscitou um senso de solidariedade”, destaca a coordenadora de RH.  Além dos colaboradores, a Exclusiva conseguiu o engajamento de terceirizados e o envolvimento de clientes por meio de um projeto que visa à destinação de esponjas usadas para reciclagem. Alguns permitiram a instalação de lixeiras exclusivas para o descarte de esponjas que, depois de coletadas, são enviadas para o Instituto Ambiental de Maringá. “Essas ações criam um ambiente estável e próspero. Ao terem sua rotina profissional e pessoal impactada positivamente, os colaboradores trabalham mais satisfeitos, o que se reflete no rendimento e na qualidade do serviço prestado ao cliente. Isso não apenas melhora a confiança da organização, mas pode atrair clientes e novos talentos”, conclui Fernanda.   Foco na excelência em gestão A Accion - empresa especializada no desenvolvimento de software ERP – tem um histórico de participação ativa em programas de aperfeiçoamento de gestão, e melhoria da qualidade dos produtos, serviços e processos. “A empresa mantém compromisso com o desenvolvimento da cultura organizacional, liderança e equipe, estabelecendo parcerias com consultores e se envolvendo ativamente em programas oferecidos pela ACIM, Sebrae, FNQ, GPTW e Softex”, cita o diretor de Tecnologia, Adilson Lugli. Programas como o Excelência no Nível Empresarial (ENE), lançado em abril pela ACIM, são vistos como oportunidade para seguir trilhando a jornada de aprimoramento. Líderes e colaboradores participam de workshops e depois colocam em prática por meio da implementação das melhorias.  Atualmente, os esforços estão concentrados em duas frentes. A primeira é na otimização dos processos e reorganização dos recursos relacionados à gestão do conhecimento e da comunicação. A segunda, em investimentos na capacitação de novas lideranças, alinhando-se à visão de crescimento da empresa.  Há 23 anos no mercado, a Accion atende mais de 300 organizações, incluindo indústrias de metais sanitários e do setor moveleiro, distribuidoras e empresas focadas na melhoria e gestão da inovação. “A busca da excelência em gestão é capaz de impactar e inspirar os clientes. O cerne da nossa missão é aprimorar a competitividade dos clientes por meio da tecnologia, inovação e atitudes vencedoras. Nossos clientes avaliam nosso atendimento com NPS (Net Promoter Score) acima de 9, o que é um índice alto se comparado a outras empresas do setor”, comemora.  Isto é possível devido ao alto grau de qualificação e engajamento dos 70 colaboradores e pelo ambiente de trabalho. Há mais de cinco anos é considerada uma organização exemplar para se trabalhar, agraciada com a certificação e prêmios do Great Place to Work (GPTW). Além disso, recentemente, conquistou a certificação ‘Lugares incríveis para trabalhar’, da FIA/FEEX.   Meritocracia e inovação Da jornada de trabalho regular aos horários flexíveis, da hierarquia à autonomia, da formalidade à descontração. De fato, o ambiente de trabalho mudou, mostrando que a atenção dispensada aos colaboradores ganhou novos contornos. Fundada há três anos, a Modulus Empresarial nasceu alinhada aos ‘novos’ valores de gestão.  Os cerca de 30 colaboradores e prestadores de serviço compartilham um ambiente descontraído e amigável, de integração e apoio. Além disso, são estimulados ao aprimoramento, crescimento e empoderamento. Já para um futuro breve, a ideia é implantar um plano de cargos e salários, redefinindo função, atribuições e remuneração. “Nossa cultura é construída em torno de líderes em vez de chefes. A meritocracia é um valor essencial, onde o reconhecimento e a recompensa são atribuídos com base no desempenho e nos resultados. Isso cria um ambiente de competição saudável e motivação”, explica o sócio João Adolfo Stadler Colombo. Para os gestores, ter uma equipe treinada e atualizada é essencial para alcançar os objetivos organizacionais. “Isso contribui para o crescimento profissional individual, mas também para a melhoria a empresa”, afirma Colombo. A cultura organizacional é profundamente orientada para a inovação, com investimentos na aquisição de ferramentas para garantir eficiência e excelência em automação. “A empresa tem uma visão pró-ativa em evitar erros, retrabalho, perdas de prazos, bem como evitar incorrer em multas ou juros que possam impactar negativamente a relação com os clientes. Por isso, implantamos rigorosos controles internos e procedimentos para minimizar riscos e garantir a conformidade”, diz. A Modulus Empresarial, assim como a Accion, participa de programas como o Excelência no Nível Empresarial (ENE) e tem acesso a materiais chancelados por consultores sobre pautas relevantes para o planejamento estratégico. Os materiais são compartilhados com todos os colaboradores. O sócio também ressalta o network, já que a participação no programa possibilita a interação com empresas de outros segmentos. “Isso nos mantém na trajetória de expansão, que é um de nossos principais objetivos”, finaliza.   Os 17 ODS da ONU Erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável; saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; água potável e saneamento; energia limpa e acessível; trabalho decente e crescimento econômico; indústria, inovação e infraestrutura; redução das desigualdades; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis; ação contra a mudança global do clima; vida na água; vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes; e parcerias e meios de implementação.

Geração Z: construção de carreira para além do imediatismo

Movida a desafios e novidades, a geração Z chegou ao mercado de trabalho provocando uma necessidade de transformação nas empresas. Conhecidos por serem ligados às redes sociais e terem facilidade com tecnologia, esses jovens costumam ser dinâmicos e proativos. Também valorizam questões sociais e ambientais mais do que seus antecessores. A grande dúvida que paira sobre os atuais líderes é se eles são capazes de construir carreiras sólidas e longas. O questionamento surge devido à avidez por novidades, uma característica desses jovens nascidos entre a segunda metade dos anos 1990 e o ano de 2010. “A geração Z vem mais focada no ser do que no ter. Enquanto as gerações anteriores lutavam para ter coisas, a Z quer ser algo e ter experiências. Um trabalho só é significativo quando ele se sente participante de um todo”, explica a consultora de Recursos Humanos, Marina Del Mouro, que faz parte do núcleo de RH do programa Empreender, da ACIM. A especialista avalia que esse jeito dinâmico, que questiona regras e tradições na cultura empresarial, pode causar certo desconforto em quem vem de épocas mais antigas. Mas ela destaca que a condução correta nas empresas e o treinamento dos líderes para que entendam e atendam – dentro do possível – as expectativas desses jovens não só podem contribuir para que eles escolham construir carreiras sólidas como podem trazer inovação, que é uma das forças da geração. Este é o caso do coordenador de marketing do Grupo Amigão, Lucas Gonçalves, que tem 25 anos. Ele gosta de desafios, é ligado em tecnologia, busca no trabalho um senso de propósito, e mostra que se engana quem acha que um jovem da idade dele não pode querer construir uma carreira e colaborar de maneira sólida com uma organização. Gonçalves está há dez na empresa, onde começou como Jovem Aprendiz. “Aos 15 anos fiquei sabendo de um processo seletivo para Jovem Aprendiz. Queria começar a trabalhar, ganhar meu próprio dinheiro”, lembra. Ele ficou um ano na função, passou por vários setores e foi contratado após o fim do programa. “Fazia funções extras, assumia um caixa enquanto um dos operadores precisava ir ao banheiro, recolhia carrinhos, pegava produtos e até lavei o estacionamento. Tive oportunidade de aprender de tudo um pouco”, relata. Aos 18 anos, decidiu se inscrever em uma vaga no departamento de marketing. “Tinha certa familiaridade com tecnologia, gostava do assunto, até fazia anúncios para lojas online. Na entrevista para a vaga percebi que me encaixava na função e me tornei assistente de marketing”, relata. Nessa época Gonçalves criava os folhetos que ficam na entrada das lojas do supermercado. Ele trabalhava durante o dia, e à noite fazia cursinho pré-vestibular com a intenção de cursar Administração na Universidade Estadual de Maringá. A aprovação veio, ele começou a faculdade e procurou capacitações em ferramentas úteis na área de design.  O setor seguia em crescimento e por ter se preparado, Gonçalves recebeu a missão de fazer a padronização de design do grupo. Na função, percebeu que tinha facilidade de fazer o trabalho e concluía as tarefas antes do esperado. No tempo que sobrava, começou a estudar marketing digital, que ainda não estava estruturado na empresa. A dedicação garantiu que ele fosse promovido à analista de publicidade, função que o colocou responsável pelas campanhas e o relacionamento com agências para aprovação de peças. Nos três anos de dedicação ao cargo, começou a trabalhar o conteúdo das redes sociais do grupo, o que garantiu uma promoção para supervisor de marketing, e no fim de 2022 foi convidado a ser coordenador do setor. “Já recebi propostas para sair e não quis. Eram todas parecidas com o que tenho hoje: mesmo cargo, mesmas demandas, preferi ficar onde conquistei credibilidade, conheço os processos e com espaço para fazer mais”, enfatiza. Gonçalves acredita que se não tivesse buscado se capacitar e estudar, não teria conseguido chegar ao cargo e aconselha os jovens a procurar estudar assuntos com os quais tenham afinidade. O coordenador comemora a trajetória que oportunizou também conquistas na vida pessoal, já que comprou casa, carro e se casou.  “Tenho seguido uma trajetória legal, e quero crescer mais, ser gerente, quem sabe um diretor. O objetivo é sempre evoluir”, conclui.   Desafio para as empresas Para quem acha que só de tecnologia vivem os nascidos na primeira década do século XXI, a consultora Marina traz outra perspectiva. “Esses jovens estão inseridos no universo da tecnologia, mas não significa que todos queiram trabalhar na área. Observamos, inclusive, um resgate de profissões antigas, algumas consideradas em extinção como crocheteira ou desenhista à mão. O que eles realmente querem é se sentir produtivos”, analisa. Marina confirma que é uma geração imediatista e que sofre de certa falta de paciência para as etapas do crescimento profissional. “O segredo para lidar com um jovem da geração Z é mostrar as possibilidades que pode ter na organização e o resultado do que ele faz. É importante a compreensão de onde ele se encaixa”, explica. Nesse contexto a consultora reforça a necessidade de que as empresas se preparem, capacitem os líderes antigos e entendam o conflito de gerações que eventualmente pode surgir. “Reter um jovem da geração Z exige mostrar aonde ele pode chegar, as ferramentas que precisa, reconhecer o que ele está fazendo e orientar sobre o que fazer”, enfatiza.   Capacitação é fundamental O jovem da geração Z quer desafios e precisa estar adequadamente capacitado para enfrentá-los. Foi buscando conhecimento que o gerente de projetos André Alessandro Feltrin cresceu na empresa de tecnologia onde trabalha há 13 anos, a Be Resolution. Ele é da geração anterior, a Y, também conhecida como ‘millenials’, que compartilha valores, visões de mundo e até um pouco da impaciência característica dos integrantes da Z. A trajetória de Feltrin tem elementos comuns aos jovens que estão chegando ao mercado. Ele trabalhou com o pai no sítio, foi instrutor de projeto técnico para alunos de uma universidade e atuou em uma empresa que fazia molduras para quadros. Tudo isso até os 19 anos. Com essa idade também cursava Ciências da Computação e fazia estágio na área. A caminhada na atual empresa começou com a função de implantador de sistemas e depois coordenador de suporte. “Entrei na empresa com certa experiência em banco de dados, o que facilitou, mas também fui me especializando, adquirindo conhecimento. Busquei saber mais sobre a parte organizacional de uma empresa, comportamento, gestão de projetos e isso foi contribuindo para meu crescimento até chegar em um ponto onde senti a necessidade de buscar certificação mundial na área de gestão de projetos, que é o PMP (Project Management Professional) pelo Project Management Institute (PMI), o que exigiu estudo e comprometimento”, relata. Ele acredita que os problemas do dia a dia de uma empresa podem ser vistos como desafios para inovar e criar soluções, tão procurados pela geração Z. “Claro que depende do segmento e do cargo, mas se o jovem tem abertura para algumas situações na empresa, possivelmente conseguirá criar formas de trabalhar e gerar outras formas de desafios”, reforça.   Admiração pela empresa Se crescer rápido na carreira é um objetivo para a geração Z, é importante esses jovens saberem que o crescimento é possível, mas vem acompanhado de desafios. E a carreira da gerente da joalheria Bergerson de Maringá, Keila Campos, atesta isso. Ela entrou no grupo em 2012 e um ano depois foi convidada a assumir a gerência. “O convite foi uma surpresa e ao mesmo tempo um desafio. Assumi uma loja de uma marca conhecida com uma equipe mais antiga, pessoas que tinham de quatro a sete anos na empresa, e começava ali a jornada de moldar essa equipe, para extrair o melhor de cada colaborador. Hoje posso dizer que colhemos os frutos desse trabalho árduo dos primeiros anos”, relembra. Ao longo da jornada profissional, Keila vivenciou êxitos e teve resultados financeiros importantes. Além de alcançar objetivos pessoais, ganhou viagens e prêmios. A gerente conta que por trabalhar tanto tempo em uma mesma organização ficou conhecida e recebeu outras propostas de trabalho. “O que me faz ficar é que acredito ser necessário trabalhar com aquilo que me faz brilhar os olhos, admirar a empresa onde trabalho e ver o quanto o grupo é comprometido com os colaboradores”, ressalta. Como dica para as novas gerações, ela compartilha o que sempre expõe para a própria equipe sobre não se acomodar na busca por conhecimentos e reforça o quanto a boa comunicação é essencial. “Invista na qualidade da comunicação, da persuasão e da postura profissional. Um colaborador que fala bem, que olha nos olhos e tem firmeza nas informações normalmente sai na frente. E isso só é conquistado por quem se capacita de verdade”, conclui.

Diante de novos hábitos, gastronomia inova

Não há outro jeito. Setores ligados à alimentação e gastronomia precisam inovar para além dos pratos saborosos. Que o digam Carina Pereira Gasparello e Katia Pereira Gasparello, sócias da Karin Ateliê Doces Artesanais e integrantes do Núcleo de Indústrias de Alimentos. Elas passaram a utilizar a técnica do transfer para a personalização dos doces. Por meio de uma impressora de tinta comestível, as sócias imprimem qualquer imagem em uma página A4 de acetato com uma película de manteiga de cacau. “Após a impressão, utilizamos para pingar o chocolate ou suspiro em cima da imagem e fazer a transferência”, explica Carina. Além da técnica do transfer, elas implantaram rotinas administrativas e gerenciais para que tenham o controle do negócio e perspectiva de crescimento. Isso se reflete na utilização das redes sociais para divulgar e vender os produtos via Instagram, marketplace do Facebook, Google Meu Negócio e WhatsApp. Carina entende que é importante ter um diferencial na área da confeitaria. “Nosso foco é ter este reconhecimento por meio da técnica do transfer, além de nos estabelecermos como empresa, com a visão para abranger todas as áreas que impulsionam a gestão, e também vender o suficiente para nos manter no mercado e crescer”, revela. Isso tudo, também, graças ao apoio do programa Empreender. “Já tínhamos iniciado nossos controles e rotinas gerenciais antes do Empreender e, após o grupo, temos intensificado estas rotinas, porque percebemos que é a principal falha dos empreendedores”, diz. A Karin Ateliê Doces Artesanais teve início há sete anos e logo a empresa percebeu o aumento de empreendedores na área da confeitaria. Porém nem todos conseguem se assumir como empresários pela falta de uma postura condizente que os ajudem a crescer no negócio. “O programa da ACIM para empreendedores do nosso porte contribui para que tenhamos esta percepção voltada à gestão do negócio, tirando o olhar apenas da produção e voltando nossa atenção para outras áreas da empresa por meio de orientação de consultores e troca de experiência com os integrantes do núcleo”, conta Carina. O faturamento cresceu diante da aplicação de controles como precificação, planejamento, caixa, atendimento a clientes e treinamento na área de vendas. As sócias não têm colaboradores, mas já trabalham com metas definidas de crescimento e faturamento.    Receita de avó Nina Vieira, proprietária da Doce Amor Brigadeiros Gourmet, também defende que o ramo de alimentação requer inovação tanto no âmbito estrutural quanto na criatividade de criar produtos ou trazer comidas com memória afetiva. “Num mundo pós-pandemia, trazer o afeto, a memória, o suspiro de uma boa lembrança da infância, alegra o coração. O exemplo vem das grandes empresas que sabem tocar na vida de cada cliente com atendimento humanizado, um recado que traz carinho e cuidado, aquela conversa, aquele abraço. Não é só vender um doce, é tocar a alma das pessoas”. Nina verificou que o maior desafio do segmento é criar produtos e combinações para fugir da mesmice. “É buscar entender o que o cliente quer e entregar algo melhor”.  Um dos últimos insights ocorreu numa semana de muita chuva, quando um influenciador digital não sabia onde comprar “bolinho de chuva”. Nos comentários da rede social foi possível perceber que não se encontrava na cidade algo caseiro, parecido com o que as avós faziam. “Vimos uma oportunidade de produzir algo que sempre fizemos em casa, e lançar um produto com memória de infância. Foi um sucesso, o produto esgotou rapidamente e com lista de espera para o outro dia”, comemora. A empresária percebe que o mercado da alimentação oscila. “Na pandemia quem atuava com o delivery, acompanhou um crescimento extraordinário. No pós-pandemia teve leve queda de consumo, assim como no pós-eleições. Mas seguimos fazendo o nosso trabalho, adoçando as vidas e sonhando com o dia em que seremos a maior rede de franquias de brigadeiros do mundo”, diz Nina.   Cervejas artesanais Há quase dez anos sócio da Cervejaria Cathedral, Marcelo Baptistella percebeu que o consumidor de cerveja passou a se informar mais sobre a cultura da bebida. Se antes o consumidor só conhecia as cervejas de supermercado de diferentes marcas, geralmente lagers, agora ele quer um produto de qualidade diferente e busca novos sabores.  A mudança ocorreu aos poucos. Desde quando Battistella começou a empreender em Maringá, ele encontrou um mercado mais maduro e até nos supermercados havia produtos de qualidade e sabores diferenciados. Porém, o consumidor ainda desconhecia o processo de fabricação e os tipos de cerveja. “Com o tempo, muitos bares começaram a apostar em produtos diferentes e de qualidade. Os consumidores ficaram exigentes e amadureceram devido o acesso à informação. Alteraram o hábito de consumo a ponto de não quererem voltar a consumir cervejas de massa, marcas comerciais das grandes cervejarias”.  Tais mudanças também se refletem na preocupação com a saúde. “É a primeira vez que as gerações mais novas bebem menos do que as mais velhas”, observa o empresário, que coordena o Núcleo de Cervejas Artesanais e atua no segmento de bares e restaurantes com duas unidades: o Cathedral Sports Bar e o Cathedral Fábrica Bar.  Outra tendência é a cerveja não alcoólica. Porém há poucas opções no mercado, somente estilo lager. “Não se exploram opções de cerveja escura maltada, amarga. Também se buscam cervejas com menor teor de álcool ou com adições de frutas”. A própria Cathedral lançou vários sabores, um deles tinha extração de zimbro, um estilo finlandês. Também já produziu com maltes defumados que lembram sabor de bacon. É possível encontrar as fruit beer (com adição de frutas). Uma dessas cervejas - com adição de framboesa - tem o nome de Aurora, em homenagem à filha de Batistella. Outras têm adição de casca de laranja, semente de coentro...  A Cathedral produz 15 mil litros por mês e já ganhou cinco vezes o prêmio de melhor cervejaria do Brasil. O segredo é o foco na produção local para trazer o consumidor para beber a cerveja em Maringá. A opção tem um sentido: quanto mais operações são introduzidas na cerveja, o produto começa a perder o sabor devido a conservantes e pasteurização. Somam-se ainda as questões de logística e armazenamento. Tudo isso faz com que o produto perca a qualidade.  A cervejaria conta com três funcionários. Já os dois bares somam 36 profissionais registrados.   Quadro  O programa Empreender – criado em 2000 - conta com 84 núcleos setoriais e multissetoriais. É por meio dele que os associados fazem capacitações, networking e projetos sociais, além de trocas de experiências dentro do lema ‘Unir para crescer’. São mais de 1,2 mil empresários entre os cinco mil que constituem a Associação Comercial. Para conferir os núcleos e as empresas participantes, inclusive dos núcleos mencionados nesta reportagem, confira em www.acim.com.br/empreender


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