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Testado, aprovado e com mais chances de sucesso

Franquias são opção tanto para quem quer empreender quanto para quem quer expandir o próprio negócio; associação com sede em Maringá ajuda franqueadores Começar uma empresa com um modelo que deu certo e receber as orientações para direcionar o negócio rumo ao sucesso… isto é o que busca um empreendedor que decide investir em uma franquia. Foi assim com a empresária Sandra Baquette, que tem duas lojas da Bolo da Madre, em Maringá. Ela se encantou com a ideia de ter uma loja de bolos assistindo a um programa de empreendedorismo na televisão, procurou o Sebrae para estruturar a ideia e construir um plano de negócios. Depois de um ano de pesquisa e estudo percebeu que era viável, mas havia um problema: Sandra não tinha as receitas de bolo. Aceitou então a sugestão do consultor que a acompanhava e começou a procurar uma franquia. “O que me fez querer uma loja de bolos era o resgate de momentos em família ou entre amigos. Como a maioria das pessoas não tem tempo, queria que elas pudessem comprar um bolo como os feitos em casa. Foram cinco meses procurando uma franquia que se encaixasse na minha ideia de sabores, qualidade e modelo de loja”, lembra Sandra. A empresária foi a segunda franqueada da marca, e em 2024 completa dez anos de presença em Maringá. O contrato com a franqueadora é renovado a cada cinco anos. Os bolos são 100% feitos nas lojas e para que sigam um padrão, o franqueado recebe um caderno de receitas e os ingredientes são de marcas homologadas pela franquia. Satisfeita com a história que construiu com a Bolo da Madre e visando ampliar os negócios, Sandra agora está investindo em outro segmento, mas como franqueadora. Com uma sócia cabeleireira, criou um salão de beleza express. A iniciativa oferece atendimentos rápidos e sem a necessidade de agendamento, como escova e hidratação para os cabelos, manicure, pedicure, sobrancelha e maquiagens rápidas. Não tem corte ou serviços de química, que são mais demorados. A Canto de Aruna Escovaria está instalada no shopping Maringá Park. “A ideia é atender a mulher que está na correria e precisa de serviço rápido. É um conceito inovador, com um ambiente diferente dos salões tradicionais, que foi criado e formatado para ser replicado como franquia”, explica. A loja piloto foi aberta no início do ano. Sandra ressalta o tempo para a adequação de cada passo na construção de um negócio: a ideia surgiu em 2017, mas só em 2022 elas começaram a trabalhar no projeto até que chegou o momento de abrir as portas em 2024. “Mais uma vez procurei o Sebrae, que me ajudou a formatar, e minha experiência como franqueada ajudou. Já fomos desenvolvendo os manuais para a criação de uma franquia. Para desenvolver o layout do salão, procuramos um espaço e fomos colando fitas para definir a disposição de cada móvel. Mesmo assim, com 30 dias de salão aberto, muitas coisas precisaram mudar, porque só com a prática é que vemos como funciona”, detalha. A expectativa para o novo negócio é compartilhar com outras mulheres empreendedoras tudo o que aprendeu em dez anos como franqueada.  Passo a passo Dedicação é o que garante o sucesso de uma futura franquia. Quem escolhe esse modelo de expansão tem uma longa jornada até que o projeto saia do papel. O advogado e sócio-proprietário do escritório Corveloni Advogados que presta consultoria jurídica para a Associação de Franqueadores e Empreendedores do Paraná (Afepar), Thairan Corveloni Motta, explica que existe um passo a passo até que uma empresa esteja apta a ser franqueada. “Tudo começa com a idealização de uma metodologia, produto ou serviço que vai ser primeiramente testado, validado e, então, poderá virar um modelo de negócio conforme o proprietário cria expertise. Não precisa ser necessariamente um produto ou serviço inédito, mas um jeito de fazer que possa ser replicado”, aponta. O segundo ponto é a formatação do negócio. Thairan explica que é necessário reunir o conhecimento do proprietário para estruturar o negócio e os detalhes. Nesta fase são definidos os preços dos produtos e serviços, a metragem do espaço físico, quando necessário, quantidade de funcionários, fornecedores, taxa de franquia, dos royalties etc. Também nesta fase deve ser feita a criação de um plano de negócio para uma nova unidade. “Considero importante também que o empresário busque o registro da marca. É uma forma de evitar problemas que podem trazer prejuízo ao franqueador. Quando tudo isso estiver estruturado, é hora de procurar uma consultoria jurídica para desenvolver a Circular de Oferta de Franquia (COF), que é um documento exigido por lei que permite a expansão por meio de franquias”. Jornada  Quem passou por todo este processo foi Pedro Victor Sfasciotti, sócio e diretor comercial da Bioposture Colchões. A empresa foi criada em 2017, e o modelo de franquias começou há seis meses. Atualmente são seis lojas, sendo duas franquias. “Quando abrimos a primeira loja, fizemos tudo com um padrão que pudesse ser replicado, mas naquele momento a intenção era testar com as lojas próprias. Logo algumas pessoas passaram a nos perguntar se não vendíamos franquias e então decidimos ir em frente com a ideia”, relata. A Bioposture trabalha com colchões terapêuticos de fabricação própria. O foco está em abrir lojas em cidades pequenas, onde os grandes concorrentes não chegam. Sfasciotti explica que adotou o modelo de franquias em vez de apenas abrir filiais porque acredita que cada unidade precisa de um dono para alcançar o potencial de faturamento. “Nosso grande desafio é encontrar o perfil adequado dos franqueados. Buscamos quem tem experiência como vendedor ou gerente de loja e quer ter um negócio próprio para aumentar a renda. Precisa ser um empresário que estará diretamente envolvido com o negócio, porque é isso que vai trazer o sucesso”, destaca. A Bioposture tem três modelos de loja, com investimento inicial a partir de R$ 120 mil. A previsão é de que o retorno do investimento aconteça em 18 meses. Segundo Sfasciotti, é uma opção para cidades com dez mil habitantes ou mais. A marca fez um levantamento de cidades do Paraná com potencial para ter uma unidade. “Nosso diferencial como empresa é o atendimento humanizado, que praticamente cria amizade com o cliente. Em cidades muito pequenas isso é importante porque nosso público chega a ser até 80% de moradores da área rural. Temos até marketing e formas de pagamento específicos para esse público”, explica. Aprender com quem sabe Para quem busca transformar uma ideia de negócio em franquia existe a Afepar, com foco em fortalecer o franchising e os franqueadores. Quem explica é a presidente Caroline Camotti. “Cada um dos associados está em uma fase do processo de se tornar ou ser um franqueador. Isso proporciona troca de experiências rica e importante. Um empreendedor iniciante tem contato com grandes franqueadores e pode absorver tudo o que ele já passou na trajetória”, considera. Além disso, os associados têm acesso a consultores e indicação de serviços no processo de construir uma franquia. “Neste ano pretendemos nos aproximar da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Nossa intenção é que os associados avancem e possam crescer”, anuncia a presidente. Caroline ressalta a importância da associação para parcerias e trocas de experiência. Ela mesma é dona do grupo Estar Bem, que presta serviços de cuidadores de idosos. “Os maiores desafios são os de expandir o negócio e a retenção do franqueado, que precisa ter lucro e sucesso para não desistir do negócio. Quando se tem duas ou três unidades é uma experiência, mas quando se tem 50, os processos precisam sair da mão do franqueador, que vai ter que tomar as rédeas do negócio de forma diferente”, ressalta. A Afepar tem dez marcas associadas e parceiros como consultores de escritórios de direito, contabilidade e marketing. Caroline reforça que depois da pandemia, o setor de franquias tem tido crescimento de 13 a 14% por ano. Segundo a ABF, setores que atuam com delivery, alimentação saudável, tecnologia, saúde e beleza devem crescer muito nos próximos anos. Dados do Sebrae reforçam que o franchising pode ser um caminho mais seguro para quem quer empreender, já que segundo a instituição, de 2 a 3% das franquias fecham as portas no primeiro ano de funcionamento. O número é bem menor quando se compara com outras empresas, que chega a 30%. “Quem opta por abrir uma franquia tem acesso a um trabalho pronto. Não comete erros que foram cometidos até que se chegasse ao sucesso”, conclui Caroline.

Pequenos malls: conveniência e convivência

Em residenciais e centros comerciais, mix de lojas de fluxo livre é bom negócio para investidores e “mão na roda” para público Cabem em qualquer tipo de empreendimento e são pontos de encontro e de compras para visitantes, moradores, funcionários de empresas que os abrigam e do entorno. Estes são os strip malls ou open malls, que podem ter disposições diferentes, mas que, na prática, são pequenos shoppings com o objetivo de promover a convivência e de agilizar a vida das pessoas.  Em Maringá, o BE Garden, empreendimento de studios de alto padrão com 264 unidades e expectativa de abrigar 500 pessoas, terá na parte frontal um centro de comércios para facilitar as necessidades do dia a dia – além das já existentes no prédio, como as “extensões” das moradias, com piscina na cobertura, academia, lavanderia e paisagismo.  A intenção é que o centro de lojas possua restaurante, cafeteria, salão de beleza, clínica para pets, farmácia e pequenos mercados, entre outros. Estão abertas parcerias para 18 comércios na parte térrea, além de cinco salas (conjuntos) e, na parte superior, restaurantes, num total de 2 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL). “A ideia é que não apenas os moradores, mas a região use o espaço. Será um novo organismo que não tem barreiras, aberto para que qualquer pessoa possa transitar e consumir. O mall oferecerá sombra para o trânsito de pedestres, que poderão evitar uma volta à quadra para alcançar o outro lado do espaço. Esse movimento será mais um recurso de segurança”, conta Evandro Rodrigues da Silva, CEO da BE A Moradia do Futuro, que é a incorporadora do BE Garden.  Além da concentração de pessoas, outra vantagem para quem ocupar os espaços será aproveitar as certificações conferidas ao empreendimento, a exemplo da WELL nível Ouro, concedida por uma das principais certificadoras de qualidade de vida e de bem-estar, a International WELL Building Institute – dentro do residencial, a cada 30 metros haverá pontos para tomar água, 10% a mais de espaço comum em relação a empreendimentos de porte parecido, renovação de ar dentro das unidades a cada 13 minutos e a cada 18 minutos nas áreas comuns, entre outros atributos.  Apelo aos investidores imobiliários, o mall foi projetado para o empreendimento de olho não só nos moradores, mas em inquilinos de locação rápida, como estudantes, turistas de negócios e pessoas que vêm a Maringá para tratamento de saúde. E tudo, incluindo as fachadas das lojas, está em consonância com o entorno do residencial. Com 30% da obra realizada, a entrega está prevista para o início de 2026.  Complexo de saúde Outro open mall que passará a integrar a vida urbana e facilitada em Maringá ficará no Unique Medical Center, na avenida Joaquim Duarte Moleirinho. O prédio de 30 andares terá 237 consultórios de alto padrão, quase todos negociados, hospital moderno de alta complexidade, centro de diagnóstico e laboratórios, além de 20 lojas, três quiosques e dois subsolos de estacionamento, favorecendo e agilizando o atendimento aos pacientes, familiares, profissionais que trabalharão no local e quem mais transitar por lá. No empreendimento, inspirado em modelos de São Paulo e Rio de Janeiro, as lojas ficarão nas duas pontas: uma parte na área de consultórios, que deve começar a operar neste semestre, e a outra no hospital, previsto para dois ou três anos. “Na torre dos consultórios, as lojas estão sendo negociadas. Bastará a montagem de acabamentos, de móveis e outros detalhes para que possam começar a atender”, diz o sócio e diretor-técnico médico do complexo de saúde, Antônio Fiel Cruz Júnior.  Entre os nichos que deverão ser contemplados estão chocolaterias, docerias, fast-foods, self-services, farmácias convencionais e de manipulação, floricultura, operadora de celular, caixas 24 horas, salão de beleza, sorveterias, copiadoras e impressões rápidas, cosméticos etc. A ABL é de 2 mil metros quadrados. “A expectativa é boa. Temos recebido muita procura de empreendedores para essas lojas.”  A parceria com a operadora do estacionamento, que terá 600 vagas nos dois andares subterrâneos, já está fechada. Além do mall, o empreendimento conta com três andares que ligam o prédio dos consultórios ao futuro hospital, onde há a possibilidade de funcionar, além de laboratório de análises clínicas e centro de diagnósticos por imagem, uma academia ou centro de reabilitação. Mão na roda Segundo a consultora em varejo Cláudia Michiura, os conceitos mais conhecidos de pequenos malls vêm dos Estados Unidos, onde milhares de empreendimentos contam com faixas de lojas em áreas abertas, justificando os termos strip malls e open malls. São pontos de encontro para moradores, visitantes e funcionários das empresas da zona primária, com o objetivo maior de ser espaço de conveniência, onde há produtos e serviços que são uma “mão na roda” para as pessoas. Os strip malls podem ser no térreo de empreendimentos comerciais, residenciais ou construídos independentes de torres anexas em terrenos no centro de bairros. Normalmente, possuem em torno de 2,5 mil metros quadrados de ABL projetados para fazer a integração da comunidade local e das zonas primárias e secundárias. “A praticidade é a maior vantagem, porque o consumidor consegue realizar suas atividades sem precisar se deslocar. É uma tendência forte fazermos nossas compras em locais próximos de casa, isto é, a vida em e na comunidade. Por este motivo, o principal critério para o projeto de strip mall é a localização.” Segundo Cláudia, como são considerados centros de convivência e de conveniência, o ideal é que o mix de lojas seja, em maior proporção, de serviços e de alimentação. Além disso, a complementaridade entre as lojas é essencial, ajudando a criar sinergia e a estimular a interação entre os visitantes. Nesse sentido, o motivo central da procura por consultoria geralmente é a definição do tenant mix (mix de locatários). A etapa que precede essa estratégia inclui definir o perfil do consumidor, quem vai morar, quem vai circular, a densidade e o perfil da população que desfrutará do espaço. Por fim, vem o projeto arquitetônico.   “No Brasil, esse modelo se desenvolveu e cresceu após a pandemia, com mais consumidores buscando facilidade nas compras, serviços e espaços abertos e menores. São altamente lucrativos para os empreendedores por terem custo de construção menor. O strip mall atende a uma demanda de consumo localmente, quando as pessoas não precisam se deslocar de carro ou, se necessário, que seja próximo”, comenta a consultora. Ela acrescenta que para os lojistas, entre as vantagens estão o custo total de ocupação, mais alto que em um ponto de rua, mas menor que em um shopping tradicional, e com os benefícios de um shopping, como conforto e segurança. Minimercados ‘particulares’  Mais do que produtos de conveniência, como snacks e bebidas, os minimercados que estão se popularizando dentro de condomínios têm produtos para suprir necessidades do dia a dia: arroz, feijão, embutidos, frios, leite, produtos de higiene pessoal e para a limpeza da casa... a lista é extensa. O modelo utiliza autoatendimento.  É isso que uma empresa maringaense oferece. A Conmarket nasceu em 2020, buscou apoio de uma consultoria e acabou de virar franquia, como outras bandeiras que operam principalmente em São Paulo, que detém a maior concentração condominial do Brasil. Foi a primeira a nascer em Maringá e a instalar um minimercado em um condomínio residencial – para o condomínio o custo é zero, inclusive recebe reembolso da energia elétrica.  A marca possui unidades residenciais e dentro de empresas. São 25 distribuídas entre Maringá, onde fica a matriz, em Londrina/PR, Itajaí/SC, Balneário Camboriú/SC, Itapema/SC e em Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos – está em negociação para o condomínio Alphaville, em Barueri/SP. Além disso, a franquia conta com licenciados com previsão para começar a atuar em breve em Campinas/SP e em Passo Fundo/RS. “Cada franqueado começará com cinco lojas. A previsão é fechar 2024 com cem lojas com a nossa bandeira”, diz o cofundador da empresa, Bruno Ribeiro.  Como diferencial, Ribeiro afirma que a marca entrega preços próximos aos do varejo tradicional, além de centenas de produtos – o objetivo é alcançar mais de 500 tipos. O tíquete médio tem sido de cerca de R$ 400 por mês por família. Diante do consumo, o reabastecimento acontece quatro vezes na semana e os cinco funcionários têm trabalhado em escalas de 12 por 36 horas para suprir a demanda. “É uma operação superenxuta. Temos crescido em média 28% ao ano, acima da nossa expectativa, que era 18%.” Das prateleiras à tecnologia utilizada no autoatendimento, tudo é desenvolvido pela empresa, já que Ribeiro traz na bagagem, além da experiência de síndico, a de programador. “É meu quinto empreendimento. Minha esposa, sócia, também traz quinze anos de experiência em banco público, emprego do qual abriu mão para se dedicar ao negócio. Apostamos tudo e tem dado certo”, comemora.

Sustentabilidade sobre rodas

Números animadores e potencial de crescimento movimentam mercado de veículos elétricos, mesmo diante do desafio de aumentar os pontos de recarga Se no início a novidade gerou até um pouco de apreensão, a venda de carros elétricos chineses se mostrou certeira para Paulo Barros, diretor Operacional da E-brun, concessionária da GWM em Maringá e cidades do interior do Paraná. As preocupações iniciais eram com o potencial de mercado e que os consumidores vissem os carros como de “segunda linha”. Desde o fim de 2022, quando a concessionária foi aberta, Barros e a equipe da Zacarias, que administra a E-brun, vivenciam a alta performance e o design dos carros, que estão caindo no gosto dos consumidores.  Ao andar pelas ruas da cidade, é possível perceber que a frota de veículos elétricos está crescendo. O modelo da GWM que está contribuindo para este aumento é o Haval, um SUV híbrido que custa entre R$ 224 mil e R$ 320 mil. Disponível para venda pela E-brun desde o final do ano passado, outro modelo promissor é o Ora03, compacto 100% elétrico de R$ 150 mil.   Para Barros, além do desempenho e do design, o modelo de negócio surpreende e, por isso, o maior vendedor dos carros elétricos é o próprio cliente, que se encanta com a experiência de compra. “Acredito que estamos vivendo mais do que uma evolução, trata-se de uma revolução. Este novo modelo de negócio permite que a compra seja efetivada de forma 100% online. Além disso, nas lojas há reconhecimento facial, telões e painéis digitais. Mesas deixaram de existir e tudo é tratado em lounges, permitindo mais proximidade com o cliente”, explica.  Se o desafio inicial era mostrar os benefícios da eletrificação em detrimento dos modelos tradicionais, o caminho está sendo percorrido com sucesso e quem prova são os números de venda. Em 2023, a meta era vender 30 unidades por mês entre Maringá e Londrina, mas a média foi de 52 unidades. “Só na Black Friday vendemos 60 carros, o dobro da meta, e dezembro foi ainda melhor: foram 114 unidades”, comemora.   Sobre o perfil dos clientes, Barros reconhece que também se surpreendeu. Além de consumidores de 32 a 55 anos, o público com mais de 60 anos tem se interessado por carros elétricos. “É uma quebra de paradigma”, afirma.   Mais de 420%  O gerente comercial do Grupo Servopa, André Duarte, também tem motivos para esperar um ano de boas vendas. A concessionária que representa as marcas Honda Prix, Volkswagen e Audi inaugurou na avenida Bento Munhoz da Rocha Neto uma loja da BYD, marca chinesa de carros elétricos. Antes da abertura da loja, no fim de fevereiro, a concessionária já registrava números animadores de vendas.   Os destaques foram os quatro últimos meses de 2023, com crescimento de 423% em relação aos primeiros oito meses do ano. Até agosto foram vendidos no Paraná 151 carros elétricos, em setembro foram 115, em outubro as vendas subiram para 139, em novembro aumentaram mais uma vez, chegando a 218, e em dezembro bateram o recorde de 318 unidades. “E para 2024, no país, a previsão é de 60% de crescimento nas vendas de carros elétricos em relação a 2023,” afirma.  Quem está puxando a fila das vendas é o modelo Dolphin, que custa em média R$ 150 mil. No entanto, a marca tem outras opções de R$ 179 mil, R$ 229 mil a R$ 550 mil, entre modelos 100% elétricos e híbridos. “Além disso, vamos ter o lançamento do Mini Dolphin que virá com preço atrativo, na faixa de R$ 100 a R$ 110 mil”, afirma.  Duarte reconhece que apesar do crescimento exponencial existem menos pontos de recarga do que o necessário, e esta talvez seja uma das preocupações de quem cogita investir em um modelo elétrico. No entanto, ele é otimista. “Modelos como o Dolfin e demais elétricos vêm com carregador de parede que o cliente faz a instalação em casa, e os híbridos vêm com carregador portátil que requerem apenas uma tomada simples e aterrada. Há ainda a previsão de que em 2024 sejam instaladas no país cerca de 2,5 mil estações de recarga públicas e semipúblicas”, explica.  Veículos comerciais elétricos  No mercado de veículos desde 1972, o Grupo Trevisa, com matriz em Maringá, se consolidou no Paraná com a venda de carros e caminhões convencionais. Segundo o sócio executivo do grupo, Alexandre Faride, a Trevisa constatou forte movimentação para introdução no mercado nacional de veículos elétricos comerciais e entendeu que também precisava ter o produto à disposição dos clientes. Por isso, em 2019, após o fechamento da fábrica da Ford no Brasil, passou a trabalhar com a marca chinesa Foton, que comercializa caminhões elétricos de pequeno porte. “Diante dessa tendência mundial, não podíamos perder a oportunidade de fechar negócios e oferecer as melhores soluções em transporte”, afirma. Por enquanto, o grupo tem três opções à venda: um modelo da Foton com capacidade de até seis toneladas, que custa cerca de R$ 460 mil, e outros dois da marca Hitech-e com capacidade de 800 e 400 quilos, com carroceria ou baú fechado. Essas opções, por serem menores, têm preços mais acessíveis: R$ 199 mil e R$ 160 mil, respectivamente. Outros dois modelos da Foton ainda estão em processo de homologação para depois terem a venda liberada no Brasil. As perspectivas são positivas. Segundo Faride, na primeira leva chegaram ao Brasil cerca de cem veículos da Foton, destes, três foram vendidos no Paraná em três meses. Já para a segunda remessa prevista para meados de abril, estimam-se de 150 a 250 unidades, com venda de cinco a dez unidades em menos de dois meses.  Os números podem parecer tímidos, mas Faride explica que o mercado de veículos comerciais elétricos, apesar do enorme potencial, tem especificidades e desafios. Em primeiro lugar, o custo em relação aos modelos convencionais, a diesel, por exemplo, ainda é expressivo. Enquanto um elétrico chega a R$ 460 mil, um modelo convencional do mesmo PBT (capacidade máxima de transporte de um caminhão) é encontrado por cerca de R$ 280 mil. Outro desafio é a infraestrutura de carregamento, ainda insuficiente para a demanda, que é um desafio comum aos carros de passeio. E, por fim, a autonomia que não passa de 300 quilômetros. “Para fins comerciais, são veículos que têm ótimo desempenho na cidade ou para deslocamento até cidades próximas. Já para viagens longas o ideal seria um modelo híbrido, ainda não disponível no mercado”, esclarece.  Bikes, patinetes e scooters  No mercado de mobilidade elétrica desde 2019, o empresário e gerente de vendas, Thiago Henrique Marion, tem visto os negócios crescerem de forma consistente. Ele começou com a loja Skylane e um mix de dez produtos entre scooters e patinetes elétricos. De 2022 para 2023, as vendas cresceram 40%. Hoje são, em média, 40 unidades por mês. Marion deu mais um passo importante: há poucos meses a loja se tornou representante oficial da Motochefe, a principal importadora de scooters elétricas do país.  A loja, hoje, tem mais que o dobro do tamanho inicial. São cerca de 120 metros quadrados, quatro funcionários, dois sócios e um mix de 25 produtos. “Além do público jovem que não tem carteira de habilitação, depende de aplicativos e não tem a intenção de comprar um carro, temos alcançado pessoas mais velhas que buscam praticidade e economia”, explica.  Há pouco mais de um ano, com o mercado aquecido e a falta de assistência técnica especializada, Marion se lançou no desafio de prestar o serviço e deu certo. “Hoje, em outro endereço, conseguimos oferecer suporte tanto para os nossos clientes no pós-venda quanto para outros proprietários de scooters, patinetes e triciclos”, diz.  Para este ano o empresário estima pelo menos 30% de aumento no volume de vendas, apostando em dois fatores: o aquecimento das vendas de carros elétricos, que segue tendência mundial e, por consequência, aquece o mercado dos micromodais elétricos, e o segundo são as vendas corporativas. “Já fechamos contrato com uma grande empresa de móveis que vai premiar os funcionários com nossos produtos e também com uma empresa de seguros. Acredito que este seja um caminho interessante que vai nos ajudar”, diz.

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