Estudo da Faciap revela que 40% das exportações do PR aos EUA estão em risco

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Um estudo inédito realizado pelo Departamento de Relações Institucionais e Governamentais da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná) aponta um grave risco à economia de parte do estado com a aplicação de novas tarifas sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, que deverão entrar em vigor nesta quinta-feira (dia 7). A medida, assinada em 30 de julho pelo presidente Donald Trump, elevará de 10% para 50% a tarifa de entrada para dezenas de produtos.

O levantamento mostra que o Paraná é hoje o sétimo maior exportador brasileiro para os EUA, com US$ 735 milhões em vendas no primeiro semestre. Quase 40% deste volume está concentrado no setor de madeira, especialmente nos municípios da região dos Campos Gerais, como Telêmaco Borba, Jaguariaíva, Ventania e Guarapuava. “Não se trata de uma crise generalizada, mas de um colapso localizado e setorial, com potencial de colocar em risco mais de 600 mil empregos. A região dos Campos Gerais está no epicentro e precisa de atenção urgente”, afirma Flávio Furlan, presidente da Faciap.

Furlan destaca ainda que o reflexo do desemprego causado pela perda de exportações vai muito além da indústria afetada: derruba o consumo, fragiliza o comércio local, aumenta a inadimplência e compromete a economia regional como um todo. Por isso, o impacto da sobretaxa dos EUA sobre o Paraná não é apenas industrial — é social e comunitário.

Madeira fora das isenções
Apesar das isenções tarifárias em 700 produtos anunciadas pelo governo americano, a produção madeireira paranaense não foi contemplada. Itens como compensado de pinus, molduras e madeira serrada, principais produtos da região, seguem taxados. As exceções incluem apenas madeira tropical e polpa de madeira, categorias diferentes das produzidas no Paraná. Isso impõe um desafio imediato às indústrias locais, aponta o relatório.

Enquanto o setor madeireiro segue vulnerável, outros segmentos foram beneficiados pelas isenções, como reatores nucleares, máquinas industriais, alguns alimentos industrializados como a polpa e o suco de laranja, castanhas e papel. A Região Metropolitana de Curitiba e o Norte do Paraná, com produção mais diversificada, devem enfrentar impactos menores com a medida dos EUA.

Volatilidade e instabilidade
O estudo também revela uma tendência de volatilidade crescente nas exportações paranaenses ao longo do semestre. O volume exportado bateu pico em março (US$ 146 milhões), caiu em maio (US$ 113 milhões) e apresentou leve recuperação em junho. A curva reforça os relatos de instabilidade vivenciados pelas empresas exportadoras, nos meses que antecederam o anúncio da sobretaxa. “Os exportadores anteciparam o envio de produtos aos EUA para se beneficiarem da taxa vigente”, afirma Aluizio Miguel Pinho Andreatta, diretor de Comércio Exterior.

Diante do cenário, a Faciap defende uma estratégia dual: de um lado, ações emergenciais voltadas ao setor florestal e aos Campos Gerais; de outro, estímulo aos setores beneficiados. “É hora de agir com inteligência. O Paraná precisa de políticas públicas regionais e setoriais, como crédito emergencial, suspensão de tributos e incentivo à abertura de novos mercados. E as empresas precisam buscar inovação, redirecionamento e maior agregação de valor, além de buscar novos mercados”, reforça Aluizio Andreatta.

Faciap – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná
Assessoria de Imprensa da Faciap
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