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Notícia


Preparação para o Natal

Otimistas, lojistas esperam Natal de boas vendas, mas estão sendo impactados pela alta de preços e falta de matéria-prima; cautela é alternativa para medir investimentos e contratações

 

“Sempre depois de uma crise vêm os bons ventos. Estamos plantando para ter uma boa colheita”. A afirmação é do diretor do Grupo AM (Amarelo Manga, Chili Beans, Melissa, Capodarte), Antônio Rodrigues Gomes Filho, sobre as perspectivas de vendas para o final do ano, e reflete o otimismo de empresários depois do difícil Natal de 2020, ainda que muitos estejam cautelosos.

Gomes Filho diz que está “extremamente otimista em relação aos meus negócios e ao varejo”, mas isso não significa que ele deixou de fazer ajustes na operação. A empresa deixou de ser indústria para focar no varejo, e se intitula uma multifranqueada.

Além das cinco lojas da Amarelo Manga, em Maringá, Umuarama e Campo Mourão, o grupo possui lojas de outras marcas, totalizando 15, fora os canais online. “Ser indústria requer altos investimentos, conhecimento e disponibilidade. Preferimos terceirizar a produção. Hoje temos um parceiro que desenvolve os produtos junto a um profissional nosso”, explica.

Ele conta que, apesar da turbulência, o Natal de 2020 não foi dos piores. “Não tivemos crescimento, mas pelo cenário negativo, as vendas ultrapassaram nossas metas”. Para este ano, a expectativa é de, pelo menos, registrar alta de 12% comparado ao mesmo período do ano passado. “Nossas metas não são agressivas, são realistas. Se fizermos o mesmo que o Natal passado, já estamos satisfeitos”.

O tamanho da equipe e o estoque de tecidos voltaram aos patamares pré-pandemia. “Já estamos no nosso padrão, mas com uma diferença: o preço de tecidos e papelaria está nas alturas. Tudo muito mais caro, e este é nosso grande desafio”.

 

Planejamento curto

Enquanto se preparam para as vendas de Natal, lojistas fazem análises frequentes para medir o comportamento do consumidor e da economia, ou seja, tem muito empreendedor cauteloso. “Existe uma expectativa positiva de recuperação do mercado, mas a insegurança ainda é grande”, afirma o consultor Sebastião Cabrita, que é especialista em gestão de estoque e de vendas.

O caminho é ir a passos pequenos. “As análises que fazíamos de longo prazo não existem mais. Além da pandemia, existe a instabilidade política e econômica. Fazer um planejamento de três meses está complicado. São necessárias análises diárias, semanais e muita discussão entre o setor para ter uma segurança mínima e norte para investimentos e compras de estoque”, reforça o consultor. Segundo ele, o planejamento nas indústrias, por exemplo, está sendo de, no máximo, 60 dias.

Cabrita ainda destaca que os riscos assumidos estão dependendo do segmento e do momento em que cada empresa vive. “Muitos empresários já gastaram as reservas, alguns reduziram a capacidade de produção, demitiram e agora é o momento de analisar até que ponto deve-se investir e quanto investir”.

Outra barreira é que muitas indústrias não estão preparadas para uma demanda alta por falta de matéria-prima e mão de obra. “Importar está difícil e compras que deviam ter sido feitas para o Natal não vão acontecer por falta de material. A expectativa é complementar com outros tipos de produtos nacionais. O que estamos presenciando é a reinvenção diária do empresário em um cenário incerto e imprevisível”, finaliza o consultor.

 

Natal de 2019 como parâmetro

Nas 12 lojas da B1 Store, em Maringá e região, o clima é de otimismo. Com a queda nas vendas no último Natal, a expectativa agora é crescimento de 10% comparado a 2019, antes da pandemia. “Em 2020 tivemos queda de 30% nas vendas, então, nossa meta agora está baseada no Natal de dois anos atrás”, explica o diretor do grupo B1, Luciano Katsuzo Naka.

As compras para o final do ano começaram e seguem até novembro. As lojas trabalham com marcas de todo o país, em especial de São Paulo. Mesmo a falta de matéria-prima (tecido) é driblada com planejamento e análise de mercado. “Sabemos desta realidade, tudo muito caro devido a impostos e frete, mas com programação, vamos trabalhando com o que é possível”. O grupo necessita de importação, mas também utiliza matéria-prima nacional.

Dentro do quadro de funcionários, hoje a realidade é igual à de 2019. “Neste meio tempo, alguns saíram, mas voltamos à normalidade de dois anos atrás”.

Já nas nove lojas do Boticário, em Maringá, a esperança de retomada é grande. Durante a pandemia, por conta da redução de horário de atendimento, a equipe teve que reduzida e as vendas foram prejudicadas. Para este final de ano, a expectativa é aumentar o quadro de funcionários e vendas, no mínimo, igual ao Natal de 2019. “Agora é o momento de nos reestruturar para as vendas de final de ano. As compras já foram feitas”, conta a franqueada-operadora das lojas O Boticário, em Maringá, Paola Bagatin Galina de Castilho.

A retomada é o foco da empresa, mas o quanto deve-se investir está sendo analisado e planejado dia após dia. “Estamos trabalhando em uma situação realista e com três cenários: ruim, estável e muito bom. Conforme o cenário econômico, político e do próprio coronavírus, vamos nos adaptando e fazendo os ajustes. É sentir o mercado, porque o momento é de incertezas”.

Durante a pandemia, muitos negócios investiram todas as reservas que tinham e apostam no Natal o momento de retomada. “Nossas reservas de sustentação do negócio foram embora. Não dá para errar numa compra ou em contratações, porque isso vai pesar num fechamento de mês”, explica.

Paola conta que em relação às contratações, o planejamento é o mesmo: acompanhar as vendas agora e, no início de novembro, fazer uma nova avaliação para a contratação de temporários para dezembro ou para a contratação efetiva.

Além das lojas físicas, O Boticário atende com vendas diretas, que hoje representam 50% do faturamento. Nesta modalidade, o Natal para a empresa chega antes. “É em outubro que estamos vendendo nosso estoque de Natal para as revendedoras”, conta Paola. No total, são 2,2 mil revendedoras ligadas às lojas de Maringá.

Foram as vendas diretas que seguraram as vendas na pandemia. “Como as lojas estavam fechadas, clientes acabaram migrando para as compras com as revendedoras. Estas também tiveram a oportunidade de digitalização, vendendo por WhatsApp e entregar em casa. A oportunidade existiu e muitas aproveitaram”.

 

Crédito da foto: Ivan Amorin


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